Duplos paródicos na obra saramaguiana
CONCEIÇÃO FLORES

Proponho que acompanhemos alguns personagens que me são caros e que foram construídos a partir de leituras do escritor: Blimunda, de Memorial do convento, Fernando Pessoa, Ricardo Reis e Lídia de O ano da morte de Ricardo Reis. Todos os personagens citados são duplos paródicos de outros, oriundos seja da história, seja da ficção, que, recriados pelo escritor, recebem “uma vida e um sentido novos e diferentes” (HUTCHEON, 1991, p. 45). Essas (re)criações, tão próprias da pós-modernidade, se caracterizam pela “duplicidade paradoxal de continuidade e mudança, de autoridade e transgressão” (HUTCHEON, 1991, p. 57). A ironia será figura de linguagem que presidirá à construção desses personagens, pois os intertextos apropriados pelo escritor são postos a serviço de um novo olhar sobre o passado, de uma reavaliação crítica da história.

Palavras-chave: Personagem. Duplo. José Saramago.

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