A interpelação do outro: Antonio Muñoz Molina, José Saramago
GRACIELA BEATRIZ PERRÉN
Se o imperativo é falar de um Outro a partir do rosto que pode assumir a alteridade humana, como pensar a pessoa que não tem lugar, seja porque precisou abandonar o seu ou porque dele foi expulso? Como falar daqueles que passam a ser depreciados ou ignorados no espaço que sempre pensaram como seu? Ou também: o que podemos dizer dos espaços que dividem, as barreiras que para muitos se tornam intransponíveis? Consideraremos dois romances europeus contemporâneos que nos permitem uma leitura em sintonia com esta ética: Sefarad, de Antonio Muñoz Molina, e A caverna, de José Saramago. Em ambos, a relação com a alteridade está fundada tanto a partir de um Outro que demanda notarmos, como da possibilidade certa que todos temos: se somos um Nós, também, em qualquer momento, podemos ser o Outro.
Palavras-chave: Alteridade. Antonio Muñoz Molina. José Saramago.
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