Arquitetura de Todos os nomes. Geometria e atmosfera do conservadorismo geral
JOSÉ JOAQUÍN PARRA BAÑÓN
Todos os nomes é o único romance de José Saramago que começa com a apresentação pública da arquitetura, o único que no parágrafo inicial e no primeiro plano mostra a fotografia em branco e preto de um edifício idealizado para protagonizar a história da dissidência de um homem celibatário que, contra todo prognóstico, decide pôr-se de pé e entrar em ação. A arquitetura se apresenta, portanto, desde o exterior, através de uma panorâmica que descreve o que mais chama a atenção de um espectador presumidamente atento (talvez seja impreciso falar neste caso de écfrasis), que se fixa primeiro na palavra e logo na matéria (ainda que se refiram antes as características do rótulo que as letras que contém antes a substância que o verbo) e que não omite aquilo que para outros é frequentemente insignificante: o estado construtivo, a fenda, a rachadura, o descascado, a estria. Este texto investiga a partir da arquitetura aspectos constitutivos da prosa de Todos os nomes.
Palavras-chave: Literatura. Arquitetura. Todos os nomes. José Saramago.
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