Presença da fluidez identitária em Bartolomeu Lourenço de Gusmão
THAÍLA MOURA CABRAL
TÉRCIA COSTA VALVERDE
No presente artigo, apresentamos alguns reflexos da Pós-Modernidade na arte literária, com destaque para a fluidez identitária de uma das personagens do romance de José Saramago Memorial do convento (1982): Bartolomeu Lourenço de Gusmão. Neste estudo, buscamos compreender a fragmentação dessa figura, que, representado no século XVIII, apresenta características que transcendem à época. Padre e, ao mesmo tempo, homem da ciência, vive o conflito entre fé, dogma e razão, ademais, quer atingir a capacidade de voar, em um tempo em que o homem ainda não tinha a tecnologia necessária para trafegar pelos ares. Buscamos delinear o perfil identitário fluido dessa personagem e como tal identidade se constituiu ao longo da narrativa. Para a concretização do trabalho, lançamos mão dos estudos de teóricos como: Jean-François Lyotard (1986), Zygmunt Bauman (2009, 2005 e 2001) e Stuart Hall (2002), para falarmos sobre Pós-Modernidade e, por conseguinte, sobre identidade. Foram utilizadas ainda as contribuições críticas dos estudiosos Vera Bastazin (2006), Miguel Real (1995) e Carlos Reis (2008), que nos auxiliaram a perceber, na perspectiva singular e inovadora da escrita saramaguiana, o legado de sua obra para a literatura.
Palavras-chave: Identidade. Personagem. Memorial do convento. José Saramago.
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