Saramago por Saramago
ANTÓNIO JOSÉ BORGES
Este texto resulta do facto de José Saramago ser um escritor, um cidadão, com uma personalidade, uma forma de estar, que suscita sempre muito interesse e polémica. Impõe-se primeiramente reflectir sobre a concepção e génese do diário saramaguiano, desde a intenção e publicação do primeiro volume e caracterizar, numa abordagem primária, centrada, em grande parte, numa questão premente, sempre que se fala da escrita diarística de Saramago, o narcisismo, assim tentando descrever o mais fielmente possível a visão que Saramago tem de si, da sua obra, do acto de escrever, em suma, da sua forma de ser. Como tal, há que perscrutar no mais profundo sentido das afirmações e reflexões do autor, tentando retirar traços da sua personalidade, que por si sós o caracterizem ou nos permitam avaliá-lo com consistência. Naturalmente, muitas deduções poderão ocorrer durante a análise dos Cadernos de Lanzarote, concretamente os Diários I e II.
Palavras-chave: Literatura. Autoimagem. José Saramago.
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