A morte, o elefante e Caim — da trilogia das fábulas ou da salvação do homem em José Saramago
JOSÉ VIEIRA

Intitulados por Ana Paula Arnaut como “romances fábula”, As Intermitências da Morte (2005), A Viagem do Elefante (2008) e Caim (2009) são as últimas obras de Saramago publicadas em vida do autor. O seguinte texto tem como propósito analisar as personagens morte, elefante e Caim a partir de uma lógica post-modernista da desconstrução das grandes narrativas e da história, por um lado, tendo, por outro, o intuito de refletir a partir da seguinte questão: quem pode salvar o homem? Se em As Intermitências da Morte o homem sente-se impotente perante a morte, n’A Viagem do Elefante, por seu turno, encontramos o homem em confronto com a sua história e a dos outros homens (e animais); por sua vez, em Caim, deparamo-nos com o homem em conflito com Deus, sendo transversal a estes três romances o confronto do homem consigo próprio e com a sua mortalidade, numa lógica que pretende refletir sobre a nossa condição e o poder que temos sobre nós próprios e os outros. Assim, o objetivo deste texto será demonstrar como através do poder da palavra, da beleza e do pensamento lento, os últimos três romances de Saramago, qual trilogia das fábulas, são histórias de salvação da humanidade e da própria beleza.

Palavras-chave: José Saramago. Romance. Trilogia das fábulas.

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